Poems by Thiago de Mello

TEMO POR MEUS OLHOS

Temo por meus olhos
diante das puras vestes.
E no entretanto, desejo.

Temor que sugere o epilogo
de ser cantaro partido
ao lado de fonte prodiga.

A nao contemplar, prefiro
definitiva cegueira.

Nao como os homens cegos,
mas como os pes das criancas
que sao cegos, caminhando.

I FEAR FOR MY EYES

I fear for my eyes
faced with honorable vestments.
Meanwhile, I wish.

Fear that suggests the aftermath
to being a broken pitcher
at the prodigial well.

To not contemplating, I prefer
eternal blindness.

Not like blind men,
but like the feet of children,
which, when walking, too are blind.



RUMO: A Geir Campos

Somente sou quando em verso.

Minhas faces mais diversas
sao labirintos antigos
que me confundem e perdem.

Meu pensamento perfura
muros de nada, a procura
do que nao fui nem serei.

Ante a carne femea e branca
meu corpo se recompoe
ofertando o que nao sou.

Meu caminhar e meus gestos
mal e apenas anunciam
minha ainda permanencia.

Para chegar ate onde
nao me presumo, mas sou,
sigo em forma de palavra.

BEARINGS

I am only in verse.

My most diverse persona
are ancient labyrinths
that confound and lose me.

My thought bores
through walls of nothingness, in search
of who I never was nor will be.

Faced with pale female flesh
my body resurrects,
to volunteer what I am not.

My walk, my gestures
ill-proclaim, if at all they do,
my yet-unshaken permanence.

To reach where
I do not try to be, but am,
I go on shaped like a word.

Poems translated by R. Kelly Washbourne

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A Tribute to Thiago de Mello

A Tribute by Nicomedes Suárez-Araúz